Originários de Nápoles, os carbonários eram revolucionários que agiam secretamente durante as Guerras Napoleônicas. Eles lutavam pela adoção de regimes constitucionais, tendo grande atuação nas revoluções que se espalharam pelo continente europeu entre 1820 e 1848 e em países específicos como Espanha, Portugal e França, além da Itália, onde surgiram por volta de 1810.
A organização interna dos carbonários era semelhante à da Maçonaria, com a qual tinham algumas afinidades ideológicas como combater a intolerância religiosa, o absolutismo e defender os ideais liberais, aliás, os participantes das duas organizações além de estiverem aliados em certos momentos, alguns maçons eram carbonários. Um dos elemento a favor da argumentação de que a Carbonária não é uma organização maçônica advém do fato de que a Maçonaria tem origem nas guildas de construtores medievais, e não em carvoarias, que é o caso da Carbonária.
Alfredo |
Manuel |
Os carbonários tiveram envolvimento com os assassinatos do rei D. Carlos I e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe, em 1 de fevereiro de 1908, quando a familia real voltou a Lisboa depois de uma temporada no Palácio Ducal de Vila Viçosa e uma multidão se juntara para saldar o rei. O rei morreu de imediato após ter sido alvejado. Alfredo Luís da Costa e Manuel Buíça foram os responsáveis pelo chamado Regicídio de 1908 e foram mortos no local por membros da guarda real e reconhecidos posteriormente como membros do movimento republicano.
Após longo período inativa, a Sociedade Carbonária foi restaurada no ano de 1983, inicialmente no Brasil, espalhando-se para Paraguai, Portugal e Itália. No reinício de seus trabalhos, graças aos esforços de pesquisa de Walmir Ferreira Battu, os antigos rituais carbonários que se praticavam na Europa foram redescobertos e a Carbonária passou a praticar novamente o Rito Florestal.
Óbvio (ou não), os carbonários seriam os supostos inventores do espaguete à carbonara. Outra curiosidade sobre essa sociedade é o alfabeto próprio que tinham, uma escrita codificada para uso em correspondências. O alfabeto era baseado na substituição de uma letra por outra obedecendo as regras de articulação das letras: Com pronuncia labial (B:P); Palatal (S:Z); Dental (F:V); Vocal com abertura similar (A;O) e (E:I). Este alfabeto foi um dos primeiros cifrados a utilizar um cifrário com letras superpostas.
Entre seus membros mais famosos estavam o poeta inglês Lord Byron e o político italiano Giuseppe Mazzini. O escritor Silvio Pellico e o músico Pietro Maroncelli foram condenados pelos austríacos por serem carbonários.
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